domingo, 11 de setembro de 2011

Os indígenas sobre o olhar Europeu e a discutida descoberta do Brasil



A chegada dos portugueses no Brasil é um tema que envolve diversas discussões. Levando em conta o olhar Europeu, daqueles que nos colonizaram, e as dimensões das conquistas que estes obtiveram. A partir do momento no qual estes dominaram seus medos e buscaram através dos mares, adquirir suas fontes de riquezas. Porém, para chegarem ao propósito tiveram que domar os nativos, que já viviam nos locais onde as naus portuguesas atracaram. Diante da premissa descoberta por parte de Portugal, no qual  hoje chamamos Brasil, surge a contestação, pelo fato destes se colocarem como descobridores da Nova Terra, desqualificando a existência dos nativos no qual o padre Antonio Vieira diria que a América considerada pelos europeus o Mundo Novo, seria apenas novo para os sábios que fechavam os olhos, ignorando a existência da população indígena que já vivia naquele continente a milhares de anos. Então, levando em conta esse pressuposto, o que teria ocorrido fora à conquista dos portugueses diante das populações indígenas brasileiras e não uma descoberta, pelo fato destes imaginarem a possibilidade da existência dessas terras. Contrapondo essa ideia o historiador Português Vitorino Magalhães Godinho diz que “Descobrir insere-se num circulo cultural onde ainda nada se sabe do que se vai encontrar (achar); mesmo sabendo o que se procura (buscar)”. Neste caso, de fato, os portugueses teriam mesmo descoberto o Brasil. Pois estes buscavam em suas viagens o desconhecido, sem imaginar, no entanto, o que iriam encontrar.
Levando em conta os preceitos religiosos europeus e os conceitos fundados na antiguidade da mesma, os povos encontrados na América e principalmente no Brasil seriam bárbaros. Seres bestiais com formas humanas, porém, seus costumes eram diferentes. O fato de andarem nus era bastante enfatizado. O eurocentrismo por parte dos portugueses e os outros colonizadores europeus, foi o que causou a dizimação da grande população indígena na América. Antes disso, tentaram de toda forma escravizar os Índios, mas, estes não possuíam uma cultura de trabalho semelhante com o resto do mundo. Na não possibilidade de escravizar, tentaram europerizar o Índio. Primeiramente o catequizando, expondo para este o catolicismo. O ideal cristão que o ajudaria a esquecerem dos seus costumes e práticas, e tornariam mais dóceis, diante da exploração portuguesa em suas terras. No entanto, não fora possível civilizar nos moldes europeus os indígenas, dessa maneira, a matança rolou solta. Os indígenas que se mantém até os dias atuais, são aqueles que cooperaram com os colonos ou os que tornaram parte da multidão. A descoberta portuguesa do Brasil daria a este a posse de algo que relativamente não era povoado, e sim habitado por animais e seres animalescos, iguais aos monstros marinhos que tanto assustaram os navegadores de outrora. Todavia os índios eram tratados como seres inferiores. E o medo que rondava o imaginário dos mares, não era o mesmo que os portugueses sentiam pelos índios. Estes eram apenas seres descartáveis em uma terra na qual o morador não tem valor e o descobridor dar as cartas.

Ronyone de Araújo Jeronimo

7 comentários:

  1. Com conhecimento logo vemos que essa "descoberta" é só no nome mesmo. Não concordo mesmo! Já vivíam aqui, no seu mundo, e os europeus no mundo deles.
    Trocaria o nome 'descobrimento' por 'conhecimento'.

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  2. Muito interessante essa questão sobre o termo "DESCOBERTA". Não conhecia esse ponto de vista do Vitorino Magalhães. Parabéns pelo post!!! Passem lá no meu blog que tem um post sobre profissionais de outras áreas produzindo História. Deixem o ponto de vista de vocês. Abraços!

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  3. Realmente deveria se tornar "conhecimento".Somente quando foi necessário, foram ver o que tinha nas terras do sul para expandirem seus horizontes.

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  4. Pessoal qualquer dúvida é só postar um comentário aqui, que eu respondo.

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  5. como o indigena é visto pelo olhar europeu?
    por favor me ajudem é pra um trabalho urgente ;-0

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  6. Para os portugueses os índios seriam seres bestializados, que não possuía cultura. A definição de cultura naquele período era diferente do que é hoje. Para o Europeu do século XVI, ter cultura era ser educado, se vestir bem, ser refinado. O nativo do Brasil andava nu, e não possuía escrita, logo estes seriam encarados como bárbaros, o fato de também não terem organização politica os diminuíram ainda mais, perante a vista dos colonizadores, o índio se tornou uma imagem do exótico para o Europeu que ouvia os relatos dos viajantes. Espero ter te ajudado.

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  7. Tranquei minha matricula USPSP HISTÓRIA alguns anos depois disto já me formei matemática, hoje faço português ambas USP SP.
    Ler sobre bandeirantes como heróis, ter portugueses como descobridores , aliados a holandeses que chegaram em Recife, tudo isto me dá muitas nauseas e muito ranço! Ter como herói um assassino em peso quinhentos anos atrás, o resultado esta ai bandido solto homens de bem presos! isto é Brasil uma vergonhosa história.... para o meu filho mostro a verdade com documentos que o comprovem já para os alunos nem toco no assunto...até porque resido em uma cidade que o bandeirante assassino canalha da história é cultuado até no hino municipal. vergonha alheia...

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