As histórias em quadrinhos são um recurso que abrange um público bastante vasto. Quem nunca leu uma na infância? Aposto que seu avô, seu pai, seu irmão já lhe contou algumas dessas histórias que marcaram seu tempo e que nos marcam até hoje. Percebemos que independente da idade, nos deparamos alguma vez com um quadrinho nas mãos.
As primeiras histórias em quadrinhos surgiram no fim do século XIX e início do século XX. Um dos primeiros personagens criados que conseguiram reconhecimento, foram às figuras: The Yellow Kid, Max and Moritz etc, que marcaram o seu tempo e que ganhou repercussão desse tipo de produção cultural.
Antigamente, os quadrinhos eram vistos apenas como tirinhas de veículos de informação como os que são colocados em jornais. Hoje por exemplo, continuamos a ver tirinhas em muitos jornais, bem como em revistas e sites da internet. Mas comumente elas aparecem em revistas específicas, como as que temos no Brasil, os famosos “gibis”, que por sinal foi o primeiro nome das HQs do Brasil.
Os quadrinhos possuem personagens reais ou não, que desempenham um determinado papel na sociedade. Os recursos imagéticos das HQs se expressam no diálogo entre as personagens representadas nos balões. As primeiras HQs tinham como característica a ficção, bem como um caráter cômico. Mas a partir dos anos 20, de acordo com Viana, os quadrinhos passam a ter um lado mais realista, tendo em vista que anteriormente a combinação de comicidade, simplicidade de temas familiares e infantis eram traços marcantes.
Mas afinal de contas, o que os quadrinhos nos mostram?
Os quadrinhos têm a função de nos transmitir mensagens. Elas expressam através dos diálogos, valores, idéias, concepções, etc. A partir da comunicação, das indagações das personagens, conseguiram compreender o que eles nos revelam. E com uma leitura bastante atenta e apurada, percebemos que esses mesmos personagens revelam as subjetividades do desenhista. A reflexão pode transmitir a nós, através das HQs, momentos históricos que são, na vida real, vividos por um povo ou pela humanidade inteira. A título de exemplo, com a hegemonia do neoliberalismo, uma gama de personagens foram criadas por muitos desenhistas e roteiristas. Personagens como o Homem-Aranha, O Homem de Ferro, Capitão América, Hulk e X-Men, a partir de seus papéis desempenhados nas histórias, conseguiram exprimir os valores e idéias, que por vezes tendenciosas, mas que remetiam a um dado momento da história, de um contexto de um grupo que os criou, tomando como base, as suas opiniões acerca do que os rodeavam.
Pegando o gancho de um personagem que está em cartaz nos cinemas, “O Capitão América”, por exemplo, período em que no mundo eclodia a Segunda Grande Guerra (1939-1945), este, criado pela Marvel Comics, fora recrutado para defender sua pátria nos quadrinhos, funcionando como uma arma de caráter ideológico, no qual, segundo estudos, ele lutou na primeira revista contra o próprio Hitler. Com isso, mas sem deixar de lado uma análise bem mais aprofundada, percebemos como esse veículo imagético leva consigo uma carga de valores de grupos que se opuseram na época. E os exemplos não faltam...
Por fim, podemos considerar que as HQs são uma ferramenta bastante rica, pois nos remete a fatos, que mesmo sendo fictícios ou não, nos ajudam a refletir acerca do nosso mundo, e também elas nos possibilitam entender as imagens implícitas que de maneira fantasiosa nos iludem, mas com uma atenção maior nos ajuda a compreender as coisas como realmente são.
Gláucia Santos de Maria
Gláucia Santos de Maria
O quadrinho ao longo dos tempos vem passando por transformações, as idéias não são mais as de outrora. No inicio a comicidade era o carro chefe dos quadrinhos. O personagem the yellow kid ou em português “O garoto amarelo” fora o primeiro quadrinho a possuir balões como foi dito no texto, porém, o personagem não falava e a sua comunicação era apenas por gestos, e por frases que apareciam em sua longa camisa. É bom destacar o criador, o desenhista Richard Felton Oultcaut, que seria o pioneiro da origem da HQ como conhecemos hoje. Os super-heróis surgiram mais tarde, nas décadas de 20 e 30. O primeiro personagem fantasiado fora o Fantasma. E o primeiro a possuir uma identidade secreta O super homem que nascera na década de 30, nascia com o surgimento desse herói a grande força ideológica norte Americana. Na segunda guerra mundial nasceria uma leva de super-heróis, as HQs e o estado se envolveram nas histórias e mais de 400 personagens surgiram. O mais marcante deste período fora O capitão América, que como os outros personagens também foi para guerra, na tropa de elite, sua única arma era um escudo, mostrava assim que o intuito dos norte Americanos era só defender a humanidade da força nazista. O inimigo do Capitão América era “O Caveira Vermelha” braço direito de Hitler. No primeiro quadrinho enfatizado por Gláucia no texto, O herói lutara contra Hitler, com fim da segunda guerra mundial o personagem Capitão America se voltou contra os comunistas da URSS, o seu maior inimigo O caveira vermelha com fim da guerra passaria para o lado comunista. O aparelho ideológico Americano utilizou as HQs de alguns super-heróis como forma de manipular os leitores de quadrinhos, e mostrarem desde cedo para os jovens quem eram os vilões e os mocinhos, é claro que os americanos eram os mocinhos.
ResponderExcluirAdoreii..... Muito criativo Capitão América versus Hitler..kkkkkk Sei não visse....
ResponderExcluirA mesma coisa acontece de forma muito forte na música não é? E em outras partes da cultura também. Os povos sempre estiveram a buscar alguma forma de transmitir suas ideias e seus sentimentos. A arte é uma bela forma de tocar nestes pontos.
ResponderExcluirSou a Profª Ludmila Pena Fuzzi, presidente e fundadora do Instituto de Pesquisa Histórica e Ambiental Regional (IPHAR), gosto de conhecer blogs temáticos da minha área. Gostei da percepção dos textos...parabéns!
ResponderExcluirBom tema e bom texto.
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